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quinta-feira, 3 de março de 2016

O Mundo Ainda Não Acabou, Mas Conheça 3 Asteroides Que Podem Fazer Com Que Sejamos Extintos!


O tablóide britânico Daily Express geralmente escreve notícias bem populares, para não dizer sensacionalistas, e praticamente vendeu a ideia de um fim do mundo durante os últimos meses. Uma vez que o mundo não acabou ou "ainda" não acabou para alguns, pois a segunda data é dia 28 de setembro, eles publicaram uma notícia interessante hoje a respeito de 3 asteroides. Todos possuem alta probabilidade de se chocarem com a Terra e um grande potencial para fazer até mesmo com que sejamos extintos.

Esses três asteroides estão em uma lista da NASA de "Asteroides Potencialmente Perigosos" (Potentially Hazardous Asteroids ou simplesmente PHAs), que representam uma ameaça séria e real ao nosso planeta. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Histórias assustadoras têm sido propagadas pela internet sobre um asteroide que aparentente cairia na ilha de Porto Rico, entre outras sombrias possibilidades. Por esse e por outros motivos nunca houve tanto interesse em asteroides que possam colidir com a Terra.

A NASA assegura que não devemos nos preocupar com teorias conspiratórias, porque se houvesse um asteroide com um tamanho suficiente para causar estragos, eles saberiam. Aliás, eles ainda dizem que não conhecem nenhum asteroide potencialmente perigoso, que poderia nos atingir nos próximos 100 anos.

Uma imagem muito fraca, mas real, do asteroide 2009 FD
registrada pela Agência Espacial Europeia
Então, em quanto tempo teríamos uma ameaça real ao nosso planeta? Uma investigação do Daily Express apontou algumas dessas ameaças, e a primeira é o asteroide chamado "1950 AD", uma grande rocha que poderia atingir a Terra em 2880. No entanto, existem outros dois de tamanhos consideráveis que também são monitorados pela NASA, porque podem colidir conosco nos anos de 2175 e 2185.

O mais provável de colidir com a Terra desses dois, de acordo com a lista de asteroides potencialmente perigosos da própria NASA, é o "2009 FD", que possui um tamanho estimado de 500 metros. Se ele atingisse o oceano haveria tsunamis devastadores, poderia destruir diversas cidades, potencialmente devastar um continente inteiro ou algo pior.

Gráfico da NASA mostrando a órbita do asteroide 2009 FD
Na lista de asteroides potencialmente perigosos a NASA geralmente descreve sobre probabilidades de impacto cuja escala vai de um em vários milhões ou até bilhões. Porém o que assusta em relação ao "2009 FD", que só foi descoberto a cerca seis anos atrás, é que no caso dele a probabilidade é de 1 em 345, que ocorra um impacto entre os anos de 2185 a 2196. Essa probabilidade é ainda mais preocupante, porque o asteroide poderia potencialmente atingir a Terra em cinco ocasiões distintas durante suas passagens pelo nosso planeta.

Alguns astrônomos amadores têm preocupações reais sobre este asteroide, assim como o fato de até agora a NASA não ter testado nada para lidar com um grande colisão "iminente".

Imagem da NASA gerada por computador do asteroide 1999 RQ36
"Um objeto deste tamanho entraria em linha reta através da atmosfera da Terra, impactando diretamente no solo. Um impacto que resultaria em uma explosão 17.650 vezes maior do que a causada pela bomba de Hiroshima. Criando uma cratera de mais de 7km de diâmetro e os efeitos climáticos poderiam durar por décadas", escreveu Joe Bauwens, que possui um blog chamado "Sciency Thoughts".

O asteroide que pode nos atingir antes disso é o "1999 RQ36", que é ligeiramente maior que o "2009 FD". Ele poderia colidir com a Terra cerca de 78 vezes entre 2175 e 2199. A probabilidade desta colisão é de 1 em 2.700. Assustador, não é mesmo? 

E não é somente você que está lendo essa notícia, que pode estar preocupado. A NASA está tão preocupada, que está planejando enviar uma sonda espacial não tripulada, no começo do ano que vem, para recolher amostras e saber exatamente o que está vindo em nossa direção. A sonda chegaria no asteroide em 2019 e estaria de volta com as amostras em 2023, sendo que a data mais provável da colisão do "1999 RQ36" seria em 24 de setembro de 2182.

"O 1999 RQ36 é grande. O que se conhece do asteriode até então, nos faz acreditar que ele tenha o tamanho de cerca de cinco campos de futebol americano (por volta de 550 metros). Algo desse tamanho atingindo a Terra, seja qual for a velocidade - sendo que poderia colidir conosco a uma velocidade extremamente alta - certamente causaria uma destruição em larga escala. Talvez até mesmo a extinção em massa", disse o escritor científico Nicholas Deleon.

Gráfico criado pela NASA mostrando a órbita do asteroide 1999 RQ36
Em termos de tamanho o mais devastador dos três seria o 1950 DA, que foi descoberto há 65 anos, em 23 de fevereiro de 1950. Com o tamanho aproximado de 1300 metros, uma colisão com Terra iria bem além do que simplesmente afetar os continentes, mas sim de causar uma outra era do gelo. Felizmente, a NASA calcula que o impacto poderia acontecer somente em 2880 e a probabilidade seria de 1 em 20.000. A mesma probabilidade de alguém ser atropelado e morto na rua.

A NASA monitora a órbita de asteroides e cometas que estão localizados a milhões de quilômetros, mas a agência espacial observa bem mais de perto um grupo bem menor com cerca de 500 PHAs. Ela os coloca em uma escala que varia entre 0 a 10 em relação ao potencial de colisão com nosso planeta. Até agora todos da lista aparecem com o valor 0, mas curiosamente, ninguém está disposto a dar uma pontuação a esses três monstros, porque eles estão a mais de 100 anos de distância de nós.

Imagem do asteroide 1950 DA registrada pela NASA em 2001
Dessa forma todos os três representam riscos reais, ao contrário do asteroide com um tamanho de 3.80km, que supostamente cairia na Terra no dia 28 de setembro, visto que o mundo não acabou hoje.

Atualmente ninguém ainda desenvolveu uma forma de mudar o curso de um asteróide, o que temos são teorias e hipóteses, mas nada realmente concreto. A NASA inclusive já sugeriu, que para mudar efetivamente a órbita de um asteroide, seria necessário agir com cerca de 100 anos de antecedência. No caso do 1999 RQ36, nos restam apenas 60 anos.

Além disso a NASA só tem conhecimento de cerca de 13 mil asteroides em nosso sistema solar, apenas 2% do número total estimado. Assim sendo, asteroides maiores poderiam estar a nossa espreita.

"Foi descoberta que uma passagem bem próxima da Terra aconteceria em 16 de março de 2880. A análise determinou a probabilidade de impacto como sendo, no máximo, 1 em 300, e provavelmente ainda mais remota. Isso pode representar um risco 50% maior do que a da média de risco relacionado a todos os outros asteroides do presente momento até 2880. Os números podem aumentar ou diminuir à medida que aprendamos mais sobre o asteroide nos próximos anos.

O conhecimento mais detalhado do 1950 DA não existe no presente momento e pode não estar disponível durante anos, décadas ou mais. Entretanto, há muito tempo para aprimorarmos o nosso conhecimento. Se eventualmente for decidido que será necessário desviar o 1950 DA, centenas de anos de advertência podem permitir um método tão simples como espanar o pó da superfície do asteroide com giz ou carvão vegetal, talvez esferas de vidro ou o envio de uma nave espacial de vela solar que termine colapsando sua vela reflexiva ao redor do asteroide", escreveu a NASA sobre o asteroide 1950 DA em seu site.

Gráfico da NASA mostrando a órbita do asteroide 1950 DA
A Agência Espacial Europeia tem acompanhado o 2009 FD através de grandes telescópios. No site da ESA é dito que um acordo com o ESO Very Large Telescope, localizado em Cerro Paranal, no Chile foi firmado para começar um esforço observacional focado em obter observações astrométricas de objetos de alto risco. Esta colaboração permitiu que a equipe do NEOCC obtivesse observações críticas de quase uma dúzia de objetos perigosos.

Muito provavelmente o mundo não acaba dia 28 de setembro, e talvez ele acabe devido nossas próprias ações, guerras ou fenômenos climáticos. O que se sabe no entanto é que a vida na Terra pode ser novamente extinta, tal como já aconteceu diversas outras vezes ao longo dos milênios. O relógio já começou a contar, e as probabilidades são assustadoras. Aliás, pode ser que neste momento esteja vindo algo em nossa direção e que não esteja tão longe assim de nós. Basicamente precisamos que passe na frente de uma estrela para que possamos exergá-los e ainda sim o que se sabe são apenas 2%.

Sobra então uma pergunta: Qual será a data que seremos extintos em relação aos 98% que faltam?
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