Assombrados, já estava me planejando para escrever sobre os crânios alongados de Paracas a alguns dias, mas com a notícia revelada hoje por diversos sites de que foram liberados os primeiros resultados dos exames de DNA e revelam que o mtDNA (DNA mitocondrial) tem mutações desconhecidas em qualquer humano e tão biologicamente diferentes que seria impossível até de se reproduzir conosco, fez eu fazer hoje este post para vocês, apaixonados por conhecimento. Mas, vamos começar do início?
A Descoberta dos Crânios
O Perú é um país com uma arqueologia muito rica e igualmente cheia de mistérios para solucionar. Machu Picchu e as linhas de Nazca são alguns dos seus locais mais famosos. No Perú também viveram diversas culturas, e na minha época de escola estudava uma delas, a Inca, e algumas das outras que são quase "desconhecidas" por nós são Chincha, Nazca, Chincha e Paracas e é na cultura Paracas que vamos focar nesta matéria.
A cultura Paracas era pescadora e viveu em uma península desértica localizada dentro da Província de Pisco, na Região Ica, costa sul do Peru, muito abundante em fruto do mar. Fica a 4 horas de carro da capital Lima. Estima-se que viveram nesta região de 400-100 a.C. e depois sumiram.
Em 1928, um dos mais famosos arqueólogos peruanos, Julio Tello, escavou um enorme e elaborado cemitério, em que cada tumba continha uma família inteira, ricamente envoltas em várias camadas de tecido de algodão altamente estilizados e coloridos. As tumbas continha os restos de indivíduos possuidores dos maiores crânios alongados já encontrados no mundo. Foram encontrados mais de 300 crânios que ficaram conhecidos como "Crânios de Paracas".
Alguns dos crânios encontrados em 1928 |
Outros exemplares de crânios encontrados em 1928 |
Já foram encontrados crânios alongados em muitas partes do mundo, e esses crânios foram claramente o resultado da prática conhecida como deformação craniana. Mas como é possível fazer o crânio obter este formato? O crânio de uma jovem criança é flexível ao nascer, e permanece assim por meses. Sabendo disto, colocavam uma placa de madeira na parte posterior e anterior do crânio, amarravam com uma corda ou tecido, e deixavam por um período de tempo que especula-se que seja de 6 meses a 3 anos.
Povos do Sudão, Iraque, Síria, Rússia, a ilha de Malta, assim como muitos lugares no Peru e na Bolívia, e entre os olmecas do México usaram esta técnica para deformar suas cabeças.
Mas pra que fazer isto com a cabeça? Ninguém sabe ao certo, mas algumas tribos têm relatado que eles acreditam que as pessoas com cabeças alongadas têm maior inteligência. Outras razões incluem o reforço da beleza, aumentar a posição social, ou torná-los parecendo mais ferozes na guerra.
Brien Foerster |
É aqui que mora a diferença destes crânios alterados deliberadamente para os crânios encontrados em Paracas.
Um dos maiores especialistas em alongamento craniano é Brien Foerster. Ele é autor de livros e fez algumas das pesquisas mais espetaculares sobre o assunto. Brien descobriu que os crânios de Paracas são anatomicamente diferentes, o que não podem ser explicado por práticas de achatamento da cabeça. Estes crânios tem um volume craniano que é 25% maior do que os crânios humanos convencionais (a simples deformação craniana não aumenta o volume), e pesam 60% a mais! Além disso também contém somente um osso parietal, ao invés de dois.
E agora, como explicar isto? Ninguém sabe, é um mistérios total.
Impressão artística baseada num crânio de Paracas. Crédito: Marcia Moore/Ciamar Studio |
Estima-se que os crânios tenham de 2 a 3 mil anos |
Os resultados estão prontos e o especialista Brien Foerster, revelou os resultados preliminares da análise:
"Ele tinha mtDNA (DNA mitocondrial) com mutações desconhecidas em qualquer humano, primata, ou animal conhecido até hoje. Mas alguns fragmentos que fui capaz de sequenciar desta amostra indicam que se estas mutações forem reais, estamos lidando com uma nova criatura similar à humana, mas muito distante do Homo sapiens, Neandertals ou Denisovanos."
Assombrado, leia de novo o que está escrito acima! É sensacional. Quer dizer que é pode ser alguém do outro mundo, um Nefilin, uma espécie humana perdida ou outra coisa.
Brien continua "Eu nem mesmo tenho certeza se isto irá encaixar na árvore evolucionária conhecida", e para fechar com chave de ouro ele diz que os indivíduos de Paracas são tão diferentes biologicamente, que eles não seriam nem mesmo capazes de cruzar com humanos.
Mas vamos com calma, pois este é somente o primeiro resultado e a análise ainda está na fase inicial de muitas fases de análises que estão para ocorrer. Os resultados precisam ser replicados e mais análises feitas antes que se possa chegar à uma conclusão final.
Desenho mostrando como seria o homem do crânio alongado e na direita mais crânios |
Mateus, eu quero ver com meus próprios olhos estes crânios. Bem, estes crânios hoje estão espalhados por diversos museus e coleções particulares. Vou indicar aqui alguns museus do Perú para você ir lá ver e mandar uma foto para mim.
Museu Histórico de Paracas
Av. Los Libertadores Mz. "JI" Lote 10 Chaco - Paracas - Pisco
Telefone: 955929514
http://www.museohistoricoparacas.com/index.html
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Museu do Sitio Paracas Julio C. Tello
Km. 27 Carretera Pisco - Puerto San Martín (Reserva Natural de Paracas) Ica - Perú
Telefone: (056) 234383
Horário de visita: segunda a domingo das 9:00 as 16:00 hs
Grátis
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Museu Regional de Ica Adolfo Bermúdez Jenkins
Jr. Ayabaca cuadra 8 s/n Urb. San Isidro. Ica - Perú
Telefone: (056) 234383
E-mail: ica@mcultura.gob.pe
Horário de visita: segunda a sexta das 9:00 as 17:00 hs. Sábado, domingo e feriado: 9:00 as 16:00 hs
Paga uma pequena taxa
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